STUDIO 33 EM FOCO

Papo com o Artista - Homenagem a Jô Pinto por Allef Heberton

 Oi oi Gente, como vocês estão?

Hoje tirei esse dia para parabenizar um dos homens mais importantes para a perpetuação da história e valorização dos artistas Itinguenses. Meu tio, Jô Pinto.

 Falar de Jô Pinto é falar de cultura, é falar do nosso povo, da nossa arte e da nossa identidade. Me sinto feliz por estar aqui tendo a possibilidade de homenagear um artista, que também é meu tio, e que trabalha tanto por nossa cultura. Se passarmos os olhos pelos cantinhos de Itinga, veremos o barro sendo moldado, a madeira sendo esculpida, o crochê formando ondas, o coral ecoando os cantos de minas, o teatro levando alegria, os escritores demonstrando seus corações nas mais belas palavras, os músicos expressando as suas artes, os desenhistas rabiscando a imaginação de todos, como um só, sendo arte. E Jô está presente neles.

Arquivo pessoal Jô Pinto
Não seria difícil falar daquele que dá a cara a tapa por suas histórias, e que, por muitos anos, se transformou em um livro vivo, pronto para dar qualquer informação sobre a formação da nossa cidade, sobre como começamos e por onde começamos. Ama tanto Itinga que se dedica a isso.

Jô é poesia, é resistência, é militância, é coração, é Gruti, é coral água branca, é festivale, é Memórias de Itinga, é a turminha da Feliciana e é autenticidade. Jô é lembrado hoje, por tudo que faz, e futuramente continuará sendo. E eu, como um bom sobrinho, sigo seu caminho.

Que você tenha muitos e muitos anos de vida, e que as gerações amem a nossa cidade como você ama. Toda felicidade para você! Que Deus abençoe sua vida e trajeto!

Papo com o Artista - "Um dedim de prosa" - Jaíne Rocha

 Por Allef Heberton - Colunista do Studio 33 Em Foco


Oioi Gente, como vocês estão? Eu estou ótimo.

No papo com o artista de hoje, eu trago uma entrevista com Jaíne Rocha, que é Analista de sistemas e nas horas vagas se dedica a música e a cultura.

Foto Arquivo pessoal Jaine Rocha
 Jaíne Rocha, você é uma das violonistas, se não, a violinista mais ativa na cultura Itinguense. De onde surgiu esse amor pela arte?

Surgiu quando eu ia a missa. Eu ficava observando as pessoas tocando e ali eu senti interesse em aprender. Eu tive meu primeiro violão com 6 anos e com 12 eu aprendi tocar com Silvano (in memoriam). Era um amigo de meus pais, e passava aqui 1 vez por semana por 30 minutos. Fui muito dedicada, acho que o segredo está aí.

Você não segue um padrão musical, segue ali aonde as pessoas pedem para você se encaixar. Vai da igreja aos shows ao vivo. Para você, existe diferença entre cada lugar que você toca?

Não existe diferença. Obvio que são situações diferentes, mas isso tem mais a ver com o que cada local passa para gente. Na igreja a gente usa a música para se conectar com Deus, para refletir. Na rua, as pessoas usam para distração, diversão.

Qual a maior dificuldade encontrada na nossa cidade na hora de você executar seu trabalho de música?

Som de qualidade (ponto). Não tem uma pessoa que se dedicou a investir nisso de verdade. Temos que nos virar para entregar qualidade para o público

 Nós, artistas, somos desvalorizados em diversas situações. Você já se sentiu injustiçada em algum momento de sua carreira?

Com toda certeza, principalmente em eventos grandes. Quem é de fora é visto como “artistas de verdade”. Recebem mais, não são questionados sobre preço. Uma das poucas coisas que está começando a ter mais valor é o teatro, do qual eu faço parte como violonista, mas ainda estamos começando a ser valorizados

Foto Arquivo pessoal Jaine Rocha
 Além de artista você é design. É mais fácil estar na frente do computador ou estar com um violão nos braços?

Violão, claro.

Bate bola, jogo rápido

 Tocar na igreja ou tocar na praça?

Igreja

Paixão de Cristo ou Estrela de Belém?

Paixão de Cristo

Computador ou Violão?

Violão

Aparecer diante as câmeras ou ficar por trás delas?

Por trás, mas quando tem oportunidade eu apareço (gargalhada)   

Foto: Jô Pinto
 Qual é a Itinga cultural que você quer para o seu futuro?

Uma Itinga que enxergue seus artistas como artistas de verdade. Uma Itinga que profissionalize os jovens na área. Tem muita gente que gosta de música, de violão, mas não tem oportunidade ou condições de aprender a tocar. Acho que seria interessante termos isso aqui de graça para o povo, como um investimento.

Manifestantes se preparam para mobilização contra o descaso da BR 367, no trecho entre os municípios de Itinga e Araçuaí

Semana de preparação para mobilização contra o descaso da BR 367, movimento acontecerá no próximo dia 08 de maio, na BR que corta o Distrito de Taquaral de Minas.

De acordo com os organizadores do evento, a manifestação na terá início a partir das 6 horas da manhã desse próximo sábado, 08 de maio. Os organizadores  informam ainda que a polícia militar foi comunicada sobre a ocorrência do movimento, no intuito de mostrar que será uma manifestação pacífica, que visa apenas a cobrança do recapeamento do trecho entre os municípios Itinga e Araçuaí.


Segue o cartaz divulgação que circula nas redes sociais: 

Cartaz divulgação do evento

Observação: Vale ressaltar a importância dos cuidados para se proteger contra a COVID-19 durante a manifestação. Usem máscaras, álcool em gel e mantenha o distanciamento. É justo e válida a cobrança. 

HISTÓRICO DA USINA HIDRELÉTRICA MUNICIPAL “ PREFEITO JOSÉ GUSMÃO”

Por Allef Heberton - Colunista do Studio 33 Em Foco

Pesquisador: José Claudionor dos Santos Pinto ( Jô Pinto -) , em 2019

A existência da Usina Hidrelétrica Municipal de Itinga, tem ligação com a fase de industrialização no século XIX, quando as águas do ribeirão Água Fria, serviu para funcionalidade da Fábrica de Tecido “PEREIRA MURTA E COMPANHIA ITINGA DO JEQUITINHONHA”.

Foto: Gilvan Gonçalves

A produção têxtil em Itinga foi idealizada pelo Comendador Candido Freire de Figueiredo Murta, Deputado Geral, e do Major João Antonio da Silva Pereira, em 1880, para aproveitar o algodão que existia em abundância na região, principalmente em Itinga, São Domingos (hoje Virgem da Lapa) e Lufa (hoje distrito de Novo Cruzeiro). Para que esse ideal, foi preciso reunir outros cidadãos da vila e criaram a “Sociedade dos Filhos de Itinga” e importaram da Europa, precisamente da Bélgica, pesadíssimos maquinários (80 Teares, dois Gomadores de 1000 kg e outros).

Foto: Gilvan Gonçalves

A denominação desta fábrica “ PEREIRA MURTA E COMPANHIA ITINGA DO JEQUITINHONHA” foi uma alusão ao sobrenome dos fundadores e a sociedade que tornou possível a realização desta.

Em 1904 a fábrica diminui sua produção e começou a entrar em crise, mas em 1908 o Barão de Paraúna, importante comerciante de diamantes, da cidade de Diamantina entra como acionista da fábrica com um capital de 280 contos e 27 operários. Esses investimentos ajudaram a fábrica a retomar seu curso de produção. Porém em 1928 houve uma grande enchente, que destruiu a parte baixa do distrito e o ribeirão água fria encheu de forma surpreendente e danificou as máquinas da fábrica, além disso a morte do major João Antonio da Silva, grande incentivador da fábrica e a falta de incentivo do poder público do município de Araçuaí proporcionou o colapso inevitável da fábrica.

Foto: Gilvan Gonçalves

As valiosas máquinas foram enferrujando e assim o funcionamento da fábrica de tecido estagnou, afetando drasticamente o progresso do Arraial. Alguns teares foram vendidos para o empresário Antonio Mendes Campos e transportados para Pirapora no norte de Minas, era o fim de um sonho.

Porém fato das águas do Ribeirão, ter impulsionado o funcionamento da fábrica, observando os estudos da mesma, motivou os políticos da cidade, acreditarem que seria possível a construção de uma pequena usina hidrelétrica para abastecer o município, neste mesmo local da antiga fábrica de tecidos.

Foto: Gilvan Gonçalves

Desta maneira no primeiro Prefeito de Itinga, de Precillo Gusmão, através do decreto nº 12 de 1944 de 30 de Setembro/1944, autorizando estudos na cachoeira do Mateus, no Ribeirão Água Fria, para a implantação de uma Usina Hidrelétrica. Foram contratados engenheiros e topógrafos que fizerem este estudo, mas o alto custo da obra inviabilizou a continuidade do projeto.

Enquanto que no governo do Prefeito Cristiano Lages, foi realizado um novo estudo no Ribeirão Água Fria. Em dezembro de 1948 deu-se início a construção da usina Hidrelétrica, na cachoeira do Matheus, no Ribeirão Água Fria, uma das primeiras do Vale do Jequitinhonha, construída apenas a estrutura da Usina neste governo.

Foto: Gilvan Gonçalves

No governo do Prefeito Nilo Barbuda, em 1953, é adquirida as máquinas para serem instaladas na Usina Hidrelétrica. Demorou treze anos este processo de aquisição e instalação , ocorrendo a inauguração no governo do Prefeito José Moacyr Versiani Gusmão, em 02 de setembro de 1956 , com a designação de “Usina Hidro Elétrica Municipal Prefeito José Gusmão”.


A usina passou a ser a menina dos olhos de Itinga, com energia própria, no qual a população chamava de “lusinha da barragem”, devido não ser tão potente.

A história da usina hidrelétrica está ligada a família de Clemente Mendes de Souza.

Desta forma é perceptível o momento histórico da industrialização de Itinga, iniciada no século XIX, com a fábrica de tecidos, que sucede já no século XX a geração de energia elétrica, aproveitando o recurso natural que havia naquela época.

Foto: Gilvan Gonçalves

Porém o elo de relação de trabalho e vínculo de convivência com o espaço atribuído entre a família que residia naquele local e cuidava da usina , até ao abastecimento de energia para toda população, devem ser entendidos como espaços de memória. Mesmo diante do processo de desindustrialização e a perda de suas funções originais favoreceu para que esta usina tornasse obsoleta.

Mesmo sabendo que o tombamento por si só, não garante a conservação do bem, mas é capaz de assegurar a memória coletiva e impedir o seu desaparecimento.